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sábado, 7 de agosto de 2010

Inversão de Valores e a Banalização da Humanidade



Num passado próximo, ao se preparar para irem à escola, as crianças eram alertadas por seus pais: -“Sapecas respeitem sua professora, pois ela é equivalente a uma segunda mãe!”- diziam eles. 
Atualmente, os professores sofrem (além de injustiças profissionais e trabalhistas) ameaças físicas de seus alunos, ameaças essas, que muitas vezes se concretizam. Ora! Mas não podemos esperar respeito às “segundas mães” se nem ao menos as biológicas o têm. A banalização da civilidade, cidadania, humanidade e da vida é fato consumado e atuante em nossa sociedade.O honesto e ético é tratado como chato, ingênuo e antiquado, enquanto aquele que fura fila, burla, mente, engana, é safo, desdenha dos outros e dissimula é denominado como o esperto, como o que detém a qualidade do “jeitinho”. Inseridos nessa herança de mau exemplo por boa parte de nossos governantes, nos enquadramos, convenientemente, a esse molde social viciado em hipocrisia. 

O ser humano capaz de tantas obras magníficas como a própria Brasília, artes esplendorosas como nas de Picasso, descobertas científicas espetaculares como a manipulação genética; também é capaz de ser “desumano”. Atenta contra a própria existência num receptáculo egoísta e perverso referindo-se como algo prioritário acima de todos e, numa ambigüidade paradoxal, exige seus direitos de cidadão.

As formas de mídia em geral, em especial a televisão, promovem, em nome da audiência, uma contundente inversão de valores nas suas programações carentes de cidadania e educação. O chamado “jornalismo verdade”, por exemplo, oferece, em seus programas sensacionalistas, espaço “promocional” aos criminosos que mais se destacarem em suas atrocidades cotidianas enquanto aqueles que verdadeiramente desempenham relevantes serviços são tratados, quando o são, em modestas citações. Além das telenovelas e músicas de cunho pejorativo que tratam com um ar de normalidade traições e a falta de pudores num atentado à uma das mais importantes instituições existentes: a família.

Provavelmente não veremos mais as professoras como “segundas mães”, contudo, se quisermos disseminar cidadania em nossa sociedade é preciso trabalhar conceitos como a ética e moral nos lares, escolas, universidades e mídias em geral; e quando todos priorizarem a todos, poderemos nos intitular civilizados e “humanos”.

                                               Texto retirado de arquivos pessoais.

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